segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Delírio

O som dos grilos ela estava ouvindo,
Demasiada de tamanha dor
Não dirás agora qual o motivo,
Pois há coisas que deve se explicar antes de apenas dizê-las
O mistério de alguns anos de vida, acusada daquilo que não faz
Sendo forçada a se esconder em máscaras, matando-a por dentro
Se revelasse a verdadeira face, a criança adormecida
Medo tinha, de mostrar para todas as pessoas, aquela que ninguém conhecia
Era sim, o grande medo o protagonista daquele drama
Voltava no tempo e via-se sozinha, porém feliz
Não entendia como pôde ser feliz sem pelo menos ter outro alguém para compartilhar
Mesmo sabendo que antigamente estava bem, prendeu-se nesse mundo de amizades
Delirou no consumo de confiança, conquistou a tantos que nem esperava
Mas dentro dela, o desejo que a consumia era de voltar no tempo
A ser aquele alguém sem menor importância, que só sabia de si
Aquela que não queria sairNinguém falava, conversava, verdadeiramente conhecia
Cresceu então em um mundo particular de sete anos,
Onde não existiam pessoas, era apenas aquela doce criança que não falava
Está agora presa no quarto, a letras, livros e falta de confiança
Pois o mundo tem a mania de julgar a todos, hoje julga quem nem ao menos conhece.

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